Resenha: Os Reis Malditos por Maurice Druon

Publicado: 02/04/2013 em Livros, Resenhas
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Vou começar essa resenha escrevendo simplesmente que dei nota só cinco para a série Reis Malditos porque não tem como colocar nada maior aqui.

Se você alguma vez já falou alguma das seguintes frases em sua vida:

– Eu gosto de história medieval.

– Eu gosto de boa literatura.

– Eu gosto de conspiração.

Pronto… Se você alguma vez falou isso e ainda não leu Reis Malditos, é porque está passando por um estado espiritual miserável e perdeu toda a iluminação dessa obra.

Exagero? Tá… pode ser… É uma das poucas vezes que você vai me ouvir falar que um livro me empolgou mais do que os do Bernard Cornwell.

A série Reis Malditos é uma série de romances históricos composta de 7 livros. Começa com o Rei de Ferro, falando do rei Filipe IV, chamado o Belo. É o mesmo rei que deu uma pancada tão forte nos templários que até hoje tem gente chorando por causa disso. Eu, que sou fã dos templários, reconheço que esse rei foi uma figura incrível.

O primeiro livro trata do julgamento de Jacques de Molay. Filipe IV era um exemplo do poder do rei medieval em ascensão. Quando o papa Bonifácio VIII causou-lhe problemas, o rei francês usou Guilherme de Nogaret para depô-lo e colocou em seu lugar um fantoche chamado Clemente V. Visto que tinha problemas com o Templo, Filipe passou uma rasteira tão bem dada nos cavaleiros que destruiu a ordem.

É dito que Jacques de Molay teve sua vingança. Já na fogueira, ele amaldiçoou Filipe IV e Clemente V. Assim os dois morreram menos de um anos depois da morte do grão-mestre. A dinastia de Filipe IV e seus filhos seria extinta menos de duas décadas depois. Nesse período se situam os livros da série Reis Malditos.

Acompanha-se a politicagem, os casamentos, os negócios da nobreza e ainda os costumes medievais com uma precisão tão grande que deixa qualquer historiador embasbacado. A literatura é tão bem escrita que dá vontade de devorar tudo de uma vez apenas.

Maurice Druon ensina a escrever e dá uma aula a todos os escritores que querem um dia dizer que escrevem sobre conspiração. Conspiração existe é nos livros dele, com um tom de ironia tão afiado que só se não houver atenção só se percebe o corte quando passarem-se páginas e mais páginas.

Os Reis Malditos são uma alternativa para se entender um pouco da política medieval, ao invés de se ler esses romances e livros baratos que começaram a surgir sobre os templários e coisas assim, pode-se ler esse livro para ver sobre a corrupção da Igreja medieval, a escolha insana dos papas e o que significava o poder real. Também nota-se quem na verdade era Filipe IV, que assou a ser demonizado depois que surgiu a moda dos templários.

Sou fã do Templo, mas acho que todo historiador sério e também fã das ordens de cavalaria sabe que essa idéia de demonizar um rei importante e inteligente quanto Felipe é meio furada. Parece até a propaganda furada usada contra inimigos de guerra.

Minha opinião é a de que ler Reis Malditos é um dever. Depois de o Rei de Ferro, vem o volume a Rainha Estrangulada, sobre a sucessão de Luís o Cabeçudo. O terceiro volume é os Venenos da Coroa, com um grau de tensão ótimo ao falar sobre a política de Luís X o Cabeçudo. Já a Lei dos Varões é o melhor, na minha opinião, quando fala de Filipe V. A Loba de França é o quinto livro e trata sobre Isabel, filha de Filipe IV e talvez a mais parecida com o pai. A história trata da luta para depor Eduardo II da Inglaterra. O sexto, a Flor-de-lis e o Leão dará início à Guerra dos Cem Anos.

comentários
  1. Cassy disse:

    Séculos que quero ler essa série. Pelamor, preciso disso!!! Sim, ainda choro pelo que Filipe IV fez aos Templários rsrs

    • shaftiel disse:

      Nossa, c tem que ler logo. É excelente. Apenas o quinto livro vai um pouco de produção. O sétimo não compensa ler pois é completamente diferente em estilo do restante da série.

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