(uma breve revisão dos khadianos para o sistema antigo de vampiro com o histórico em relação à Camarilla e ao Sabá)
Liberdade e selvageria são o lema de uma das linhagens mais violentas entre os vampiros. Os khadianos nasceram da vontade de lutar e de não serem dominados, em um tempo em que um vampiro vivia sob a ameaça dos mais velhos e do comando daqueles que os criaram. Os registros dentro da linhagem são deturpados por memórias antigas e nubladas, mas, invariavelmente, contam sobre a Fera, o fundador, um vampiro que passou a maldição a tantos, dominado pela loucura de ter servos e presas.
A Fera caçou os membros de seu sangue durante anos, fazendo-os lutar entre si para selecionar os mais fortes, aqueles que caçaria para obter o sangue precioso, único capaz de sustentar sua fome. É difícil dizer quando o terror começou. Alguns registros datam do século XIV na Transilvânia, apesar de haver relatos sobre a Fera antes disso. É certo que humanos eram transformados e vampiros caíam seguidamente para sustentar a loucura daquele monstro. Ainda sob o terror, ou talvez por causa dele, a Fera tinha seguidores fiéis, entre eles Khadyv, que emulava cada passo de seu Senhor, ajudando-o inclusive a escapar da Inquisição que tanto perseguia os vampiros naquela época. Ocorreu que durante uma das caçadas dos inquisidores, quando a Fera sacrificava suas progênies para escapar ou renovar suas forças, Khadyv se compadeceu de seus irmãos ou se desentendeu de algum modo com a Fera. Foram suas batalhas e suas progênies que incentivaram os filhos do monstro a se revoltarem e jurarem nunca serem oprimidos novamente. Khadyv pereceu como um mártir nas presas de seu Senhor, mas a rebelião já estava criada e foram esses novos vampiros libertos que finalmente acuaram a Fera e a destruíram.
Os khadianos adotaram esse nome em homenagem ao mártir que os incentivou a escapar do terror. Depois de finalmente terem escapados, os vampiros juraram nunca mais se submeterem a nenhum líder ou ditador. Tudo o que queriam era viver em liberdade, vivendo sua maldição e dominando a noite como bem entendessem.
A linhagem não possui uma estrutura firme, mas seus membros lidam consigo mesmo como parte de uma matilha. Unem-se para qualquer causa que inclua liberdade ou a proteção de outros membros da linhagem. A vontade de nunca submeter ninguém a nenhuma dominação se revela no sistema como criam novos vampiros. É proibido que um khadiano simplesmente transforme um humano sozinho. Eles sempre o fazem em grupo com vários bebendo do sangue da vítima e lhe vertendo Vitae. O ritual é sempre comandado pelo membros mais poderoso fisicamente (em termos de jogo, ele gasta a Força de Vontade necessária).
Alcunha: Animais
Clã Original: Gangrel
Seita: Os khadianos são aliados do Sabá. O surgimento da linhagem coincide com as primeiras rebeliões anarquistas e, talvez, a história da Fera esteja relacionada com o grupo atuando contra um ancião particularmente poderoso que caçava os Gangrel na região da Transilvânia. Sempre prolíficos e com o hábito do Abraço em massa, os khadianos criaram um pequeno exército que auxiliou os anarquistas e se recusou a assinar o Tratado de Thorns. Sua participação na formação do Sabá sem dúvida foi sentida, principalmente no leste europeu.
A partir de meados do século XVI, os khadianos tentaram migrar para o oeste da Europa em busca de novas fontes de poder e de participar da luta direta contra a Camarilla. Esse evento coincidiu com ataques massivos dos Senhores das Sombras na Transilvânia, colocando-os em duas frentes de batalhas que quase despedaçou a linhagem já tão desprovida de lideranças eficientes. Restou-lhes fugir junto com o Sabá para o Novo Mundo, criando um novo nicho para linhagem. Dezenas foram abraçados, principalmente entre os nativos, permitindo que os khadianos se espalhassem pelas terras selvagens com conhecimento prévio do território. Mais uma vez, depararam-se com lobisomens e se vingaram dos Uktena e Wendigo Abraçando comunidades indígenas inteiras e deixando que os Garou lidassem com o problema.
Os khadianos estão entre as linhagens mais prolíficas do Sabá, mas sua baixa organização e os hábitos irascíveis impedem que sobrevivam por muito tempo. Os Garou são velhos inimigos que os procuram incessantemente, além de vampiros antigos que juraram vinganá por motivos misteriosos.
Aparência: Os khadianos raramente se importam com aparência. Suas roupas são sempre práticas, nunca rebuscadas ou de grife. O que importa é a liberdade de movimentos e proteção em suas empreitadas na mata ou na cidade. É comum que usem vestimentas que lhes permitam se camuflar aos ambientes em que vivem.
Refúgio: Os khadianos gostam de compartilhar refúgios com outros membros da linhagem. O grupo geralmente escolhe locais pouco habitados ou pontos de alta violência nas cidades. Em qualquer um desses refúgios, eles trabalham para criar um território de caça extenso onde caçarão ao bel prazer.
Histórico: O candidato a se tornar um khadiano deve ter duas qualidades: selvageria e vontade de nunca se deixar ser dominado. Eles são observados entre líderes de gangue, jovens nos movimentos políticos ou assassinos com propósito. O futuro khadiano não deve estar disposto a dominar os outros, mas apenas a vencê-los, vencer e tomar seu sangue.
É muito raro que um membro de outro clã que não um Gangrel se torne um khadiano, aliás, a linhagem é quase que exclusivamente formada por vampiros criados por outros khadianos em seus rituais de abraço. Devido a seu costume de aceitar o Réquiem como um estilo de vida de liberdade e predação, eles usam sua vontade máxima para passar adiante o sangue e criar novos predadores.
Criação de personagens: Os Atributos e Habilidades Físicos são a prioridade na criação de qualquer khadiano. Eles são transformados a partir da demonstração dessas qualidades. Brigar, lutar, caçar, sobreviver, resistir são os verbos básicos na vida desses vampiros.
Disciplinas: Fortitude, Metamorfse, Potência
Fraqueza: Os khadianos enxergam-se como animais em busca da sobrevivência, o que lhes gera uma selvageria que dá mais liberdade à besta. Seus testes para resistir ao frenesi possuem um aumento de dois na dificuldade.
Organização: Os khadianos não se organizam politicamente. Se precisam compartilhar opinião, fazem-no a partir dos concílios, quando mensageiros da linhagem viajam entre cidades para chamar as matilhas para uma reunião importante em um ponto afastado. Ali debatem sobre crimes contra os khadianos, a criação em massa de novos vampiros e ataques súbitos a cidades pouco protegidas. Em suas matilhas, a liderança geralmente é realizada pelo mais forte ou mais carismático, mas quando o alfa se impõe como um ditador está sujeito a ser vítima de Diablerie antes que o sol nasça. Ser líder entre os khadianos é sempre viver entre os benefícios do poder e a ameaça de ser morto por abusar da força. Existe uma linha muito tênue respeitada por esses vampiros o que faz com que a maioria prefira viver em pequenos grupos, juntando-se apenas ocasionalmente para empreitadas maiores.
Espera-se que todo khadiano seja hospitaleiro com outros membros da linhagem e procure se comunicar continuamente com outras matilhas. Eles reportam os acontecimentos de suas cidades em uma rede de informação que chamam de o Uivo. Mesmo com toda a tecnologia do mundo atual, é comum que enviem cartas codificadas ou que mensageiros visitem refúgios alheios para confraternizar e espalhar notícias sobre a linhagem.